domingo, 5 de junho de 2016

Não dê conselhos, ofereça carinho e fraldas

   





  Eu obviamente estou em uma nova fase da vida aonde todo mundo me olha e automaticamente o assunto passa a ser maternidade. O que não faltam são conselhos dos mais diversos desde o tipo de parto até se deve ir pro colégio ou ficar com alguém que cuide em casa quando eu voltar a trabalhar. Ser mãe não é algo totalmente novo pra mim, já que há quase três anos desenvolvi o meu instinto materno com a chegada da Amy e é uma relação que exige bastante de mim. Mas ser mãe da Melissa  de fato está envolvendo, além da gestação, responsabilidades e algumas escolhas diferentes das que eu tive que fazer pela filha canina. 
   A maior questão é que conforme a barriga cresce parece que as pessoas sentem mais liberdade de aconselhar. Eu confesso que estar grávida faz com que eu me arrependa por cada conselho que eu devo ter ousado dar a alguma grávida que já cruzou o meu caminho. Perdão amigas e comadres, tentarei fixar essa nota mental e nunca mais cometer esse deslize. Ouvir experiências é maravilhoso, desde que elas venham junto com a liberdade de absorvermos ou excluirmos elas da nossa mente. 
   O problema é quando vem comentários tipo: "tu é louca em querer parto normal, né?! A irmã do primo do meu tio ficou 60 horas em trabalho de parto e disse que é horrível." "o que? Tu vai fazer cesarea? Mas a filha da tia da minha amiga morreu por causa da anestesia." "Tu acha que ela vai dormir no quarto dela, mas não adianta, não vai, o fulaninho dorme comigo até hoje, ano que vem quando ele completar 15 anos talvez ele vá dormir no quarto dele." E esses são alguns pequenos exemplos de todos os conselhos e comentários mais insuportáveis aos quais uma grávida se submete a ouvir além da azia, dor nas costas, incomodo, peso da barriga, ganho de peso e todas as consequências e medos que o crescimento de um amor no ventre podem trazer. 
   O tamanho das bolsas, o modelo do carrinho, a marca das fraldas, a cor do quarto, se deve ou não usar chupeta, enfim, a sociedade cobra que a mulher seja mãe mas não deixa que cada uma tenha a sua experiência. Se eu quiser conselhos eu vou pedir, se eu quiser ouvir ou ler histórias trágicas eu sei aonde posso achá-las, se eu quiser exemplos que deram certo eu também sei exatamente a quem pedir e aonde ler, portanto, peço que se não tiver carinho e fraldas pra oferecer não se manifeste. Deixem as grávidas em paz, deixem as mães em paz, nos deixem errar, deixem acertar e quando forem falar que seja com carinho, que seja pelo bem, que seja por amor. 

Nenhum comentário: