quarta-feira, 15 de junho de 2016

Hoje o amor nasceu em dobro

   


   Hoje o amor nasceu. O amor nasce todos os dias mas hoje ele nasceu em dobro. Cada vez que nasce uma criança nasce também o amor. Hoje nasceram dois amores de uma só vez. Hoje eu senti a amizade se multiplicar e tomar uma dimensão ainda maior. Hoje nasceram duas pequenas e indefesas meninas que não fazem ideia do quanto são amadas e esperadas. Maitê e Sara foram um pouco geradas no meu coração porque são filhas de uma grande amiga com quem eu tive a graça de dividir esse mágico momento que é a gravidez. 
   Elas ficaram 34 semanas no ventre e mostrando desde já que são cheias de personalidade decidiram que era a hora de encarar e desbravar o mundo. Eu senti que elas existiam quando eram ainda um segredo, eu vi elas crescerem, nós dividimos as angústias, as incertezas, as maravilhas da maternidade. 
   Depois de dividirmos segredos, copos de bebidas, de nos darmos colo, de crescermos juntas viramos mães de meninas praticamente ao mesmo tempo. Nós temos tantos planos e tantos sonhos pra elas, temos tantos desejos, queremos poder protegê-las dos males do mundo e oferecer um mundo de maravilhas e aprendizado. Queremos que elas cresçam conhecendo a força da amizade e a magia do amor. 
   Enquanto eu escrevo sinto a Melissa mexer e digo pra ela que desejo que elas se amem e que quando se odiarem seja por minutos e o ódio passageiro acabe em abraço e em um pedido de desculpas. De todas as heranças que pretendo deixar pra minha filha nenhuma é material e a principal delas são os laços de amizade que tento construir ao longo da vida, quero que ela encontre nos meus amigos e nos filhos deles segurança, conforto, certezas e verdade. 
   Em um mundo tão fútil e de relações tão vazias eu tenho certeza que a Sara e a Maitê tiveram pressa de vir porque sabiam que aqui tinha muito amor, amizade e sentimentos verdadeiros esperando por elas. Hoje a nossa Cúpula cresceu, essas duas meninas chegaram pra nos lembrar que o amor se renova, pra nos certificar que os laços se estreitam, pra que nós nunca esqueçamos que a nossa amizade foi construída sobre a rocha e por isso não quebra e não entorta nem diante da distância e das piores tempestades. 
   Eu ainda não conheci as pequenas Maitê e Sara, mas eu já amo elas e sinto que elas são como um arco-íris que surge lembrando que o pote de ouro existe e está dentro de cada um de nós. Elas são sol, amor, são tudo de mais lindo o que possa existir. 15 de junho será pra sempre dia de festa. Sejam bem-vindas ao mundo, sejam felizes pequenas, lindas e amadas meninas. 

sexta-feira, 10 de junho de 2016

Um pouco sobre a minha imensa confusão existencial

   


   Você pode ser o meu melhor amigo desde que entenda que eu tenho NECESSIDADE de silêncio e da minha exclusiva companhia (leia-se solidão). Nem sempre o meu silêncio e a minha solidão significam tristeza, sou como a ostra, preciso me fechar para ter as minhas pérolas. 
   Por favor não tente invadir a linha tênue entre o meu imenso amor pelos amigos e a minha necessidade de estar apenas comigo. Não me force, não me obrigue, quando eu disser que quero estar só, apenas respeite e não tente me alegrar, animar, contar piadas, repito, às vezes preciso do meu silêncio. Não me cobre amizade, atenção, convites, sou de lua, tem dias que vou estar super a fim de uma festa com muita gente que eu mal conheço, em outros vou escolher a dedo quem quero comigo, provavelmente escolherei quem me entende, quem lê meu olhar e quem aceita o meu silêncio. 
   Não gosto de relações que implicam em ter que dar explicações, muita discussão de relacionamento não me serve. Prefiro os encontros ocasionais do que os com dia marcado, prefiro gente que ri de si mesma do que quem se vitimiza, gosto de quem eu tenho certeza que vai ler tudo isso, entender e não vai vir me perguntar: "-Hein pra quem tu escreveu aquilo?". Quem me conhece sabe que eu escrevo por escrever, porque gosto, porque preciso escrever tanto quanto preciso do meu silêncio, e mesmo que um texto tenha endereço, se não coloquei é porque tive meus motivos. 
   Gosto mesmo é da leveza que nem sempre sei oferecer, mas que há quem entenda, que mais saberei quanto mais receber.

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Somos uma soma dos amores que não deram certo

  


   Semana dos namorados e há quem sofra por não ter um amor para celebrar a data quase que exclusivamente comercial. Eu defendo que ter um amor para trocar presentes dia 12 de junho é pouco, bom mesmo é ter alguém para segurar a barra de um dia difícil, ter um colo para desabar quando nada dá certo, é espetacular ter outra mão pra segurar e nos ajudar a andar em linha reta rumo aos nossos objetivos. Mas nem só de um amor somos feitos, nós somos na verdade todos os nossos amores que não deram certo. 
   Nós somos menos ciumentos graças aquela pessoa que mal nos deixava respirar por ciúmes, somos menos possessivos porque aquele fulaninho se sentia nosso dono, prezamos pela fidelidade já que doeu e foi impossível perdoar aquela traição, somos sinceros porque a mentira já destruiu um amor que parecia ser eterno. Quando passa o luto e o sofrimento pelo fim de um amor somos capazes de mentalizarmos a lição e eternizamos tudo o que aprendemos com o romance que não deu certo. 
   Quem nunca olhou pra um ex e pensou: "Como eu pude?" Pois que melhor será se pensarmos: "Que bom que errei com ele ontem pra ser melhor hoje com quem merece." Eu sou uma crente convicta que nada nessa vida acontece por acaso. Quando sofremos por alguém julgamos que aquela era a melhor pessoa do mundo e nunca mais vamos amar alguém assim, mas basta que o sofrimento passe e a lucidez volte para que vejamos que não era pra tanto e enxergarmos um motivo para que não tenha dado certo. Não deu certo porque era pra ser lição e não amor.
   Que o dia dos namorados seja feliz, que seja de amor, se não existe o outro que exista o amor próprio. Que o dia seja de reflexão e que cada um que passou pela nossa história tenha de fato deixado uma lição. Que cada dia seja para sermos melhores e nos despirmos dos nossos medos, que sejamos uma eterna construção de ser melhor para nós mesmos e para o outro. Aquele outro que acorda ao nosso lado todos os dias ou aquele que ainda não chegou, que está se achando para te encontrar. Que todos os nossos amores que não deram certo e os que ainda não vão dar nos façam melhores, maiores, mais fortes. 

domingo, 5 de junho de 2016

Não dê conselhos, ofereça carinho e fraldas

   





  Eu obviamente estou em uma nova fase da vida aonde todo mundo me olha e automaticamente o assunto passa a ser maternidade. O que não faltam são conselhos dos mais diversos desde o tipo de parto até se deve ir pro colégio ou ficar com alguém que cuide em casa quando eu voltar a trabalhar. Ser mãe não é algo totalmente novo pra mim, já que há quase três anos desenvolvi o meu instinto materno com a chegada da Amy e é uma relação que exige bastante de mim. Mas ser mãe da Melissa  de fato está envolvendo, além da gestação, responsabilidades e algumas escolhas diferentes das que eu tive que fazer pela filha canina. 
   A maior questão é que conforme a barriga cresce parece que as pessoas sentem mais liberdade de aconselhar. Eu confesso que estar grávida faz com que eu me arrependa por cada conselho que eu devo ter ousado dar a alguma grávida que já cruzou o meu caminho. Perdão amigas e comadres, tentarei fixar essa nota mental e nunca mais cometer esse deslize. Ouvir experiências é maravilhoso, desde que elas venham junto com a liberdade de absorvermos ou excluirmos elas da nossa mente. 
   O problema é quando vem comentários tipo: "tu é louca em querer parto normal, né?! A irmã do primo do meu tio ficou 60 horas em trabalho de parto e disse que é horrível." "o que? Tu vai fazer cesarea? Mas a filha da tia da minha amiga morreu por causa da anestesia." "Tu acha que ela vai dormir no quarto dela, mas não adianta, não vai, o fulaninho dorme comigo até hoje, ano que vem quando ele completar 15 anos talvez ele vá dormir no quarto dele." E esses são alguns pequenos exemplos de todos os conselhos e comentários mais insuportáveis aos quais uma grávida se submete a ouvir além da azia, dor nas costas, incomodo, peso da barriga, ganho de peso e todas as consequências e medos que o crescimento de um amor no ventre podem trazer. 
   O tamanho das bolsas, o modelo do carrinho, a marca das fraldas, a cor do quarto, se deve ou não usar chupeta, enfim, a sociedade cobra que a mulher seja mãe mas não deixa que cada uma tenha a sua experiência. Se eu quiser conselhos eu vou pedir, se eu quiser ouvir ou ler histórias trágicas eu sei aonde posso achá-las, se eu quiser exemplos que deram certo eu também sei exatamente a quem pedir e aonde ler, portanto, peço que se não tiver carinho e fraldas pra oferecer não se manifeste. Deixem as grávidas em paz, deixem as mães em paz, nos deixem errar, deixem acertar e quando forem falar que seja com carinho, que seja pelo bem, que seja por amor.