terça-feira, 22 de janeiro de 2013

A sina da sorte difícil

   


   Dia desses estava conversando com uma amiga sobre como algumas pessoas tem sorte fácil na vida, como as coisas são fáceis pra elas, ganham carro, apartamento, facilmente mudam de emprego sempre pra melhor, ganham rifa, bingo e se bobear até a mega sena. Pessoas que dificilmente enfrentam fila, a máquina do cartão nunca trava com elas, o pneu nunca fura, o carro não estraga, não sabem a dor de bater o minguinho na quina do sofá, enfim, pessoas que estão sempre em cima do salto, sempre lindas, maquiadas, cabelo escovado, tiram férias todos os anos, enfim, nasceram com a brilhante estrela da sorte e das conquistas fáceis. 
   Outras no entanto vivem de teimosas, penam uma vida inteira trabalhando pra tentar adquirir ou um carro (normalmente usado) ou uma casinha simples em um bairro bem distante do centro da cidade, nunca na vida ganham nem bingo doce, vivem batendo o minguinho em qualquer quina que exista no mundo, a máquina de café engole a moeda e não serve o café, demoram anos pra tentar conseguir uma mísera carteira de motorista, na vez delas na fila do mercado sempre acaba o troco, a bobina do papel ou a pessoa da frente resolve conferir um por um dos ítens da nota. Sou dessas pessoas que no fundo não posso reclamar da vida, apesar de todas as "ites" que me acompanham eu tenho saúde, sempre consegui emprego, tenho uma família que briga mas preza pelo amor, e esse texto nem tem a intenção de ser uma reclamação, apenas uma constatação. 
   Sou uma pessoa que não consegue as coisas da maneira mais fácil, entre dois caminhos eu acabo indo, mesmo sem querer, pelo mais difícil. Eu sou filha de um casal que não podia ter filhos, minha mãe achou que eu era tumor, me descobriu aos 5 meses de gravidez e eu nasci um dia antes do limite final imposto pela médica, nasci com os pés tortos e usei botinas muito pesadas, vivia caindo ao bater um joelho no outro, meu pai me fez gremista (nunca vi o meu time ganhar sem sofrimento), enfim, eu chego aos 28 anos e 1 mês por pura teimosia e nada mais. 
   É bem verdade que as coisas batalhadas, suadas, sofridas tem um gostinho bom no final, mas não posso dizer que é melhor que o gosto das coisas fáceis, porque nada, nunca aconteceu da maneira mais fácil pra mim. Não me acho infeliz por isso, pelo contrário, prefiro agradecer do que reclamar, mas seria legal que pelo menos uma vez alguma coisa fosse fácil. Coisas inacreditáveis acontecem comigo todos os dias e eu olho pro céu e penso: Pô, valeu por achar que eu sou forte. Sim, só pode ser isso, a carga é sempre pesada porque, aos olhos de Deus, tenho ombros fortes, e na verdade acho que tenho mesmo. Apesar dos empecilhos, das dificuldades, dos degraus altos, eu nunca desisto, sigo subindo, às vezes subo um e caio três, mas recupero as forças e volto a subir. 
   Pessoas assim como eu, assim como a amiga com quem eu sempre falo esse assunto, quando conseguem algo, mesmo com muita dificuldade, ainda precisam enfrentar a inveja, sim, ainda tem isso. Sempre tem alguém que olha e diz: Como ela conseguiu? Como ela chegou lá? Mas que guria de sorte! Deixa que pensem assim, deixa que invejem, minha sorte é fraca mas meu santo é forte e nunca me abandona. Aos que tem a sorte fácil sempre, confesso a minha inveja branca(aquela que é do bem), aos que tem a sorte sofrida e vivem sempre na esperança de achar a quarta folha do trevo, assim como eu, desejo força para que a gente não desista nunca e que no final sempre valha a pena. 

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Nem sempre o final importa

 

   Ah, os finais! De novela, livros, filmes, amizades, namoros. Finais de ficção normalmente são felizes, diferente dos finais da vida da gente, mas ainda assim, nem sempre nos agradam. Muitas vezes acaba a novela e nós ficamos reclamando que o Fulano devia ter ficado com a Fulana e não com a Ciclana, a mesma coisa com os filmes, com os livros e mais ainda com a nossa vida. Mas o que na maioria das vezes não pensamos é se, independente do final, a história valeu a pena. Temos o costume de lamentar os finais e esquecer o resto da história.  
   O namoro acabou, depois de uma super fossa, a pessoa se recupera, parte pra outra ainda melhor, percebe que foi até melhor aquele outro namoro ter acabado e ponto final. Mas cada pessoa que passa pela nossa vida deixa alguma lição, nos faz crescer, nos faz querer ser melhor, ou pelo menos deveria. Até mesmo aquelas pessoas que parece que infernizam a nossa vida só pelo fato de existirem, até essas nos ensinam muito, fazem com que a gente queira se superar, com que a gente saia da zona de conforto, com quem a gente levante a bunda do sofá e vá encarar os obstáculos, até o pior dos inimigos, o mais detestável dos seres humanos tem um papel importante na nossa vida. Isso é claro, se a gente souber usar as pessoas e os momentos ruins a nosso favor. 
   Mas voltando aos finais, eles nem sempre são tudo, nem sempre são finais, eles carregam consigo uma história, se acabou é porque um dia existiu, se existiu é porque foi bom ou ruim, mas foi. No meu aniversário eu ganhei, de uma amiga muito querida, um livro, um dos muitos do Nicholas Sparks, de quem sou cada dia mais fã. Comecei a ler o livro mas a leitura não me prendia, não parecia interessante, mas ainda assim eu segui em frente, até porque o Nicholas sempre dá um jeito de surpreender, foi quando o final da história valeu o livro inteiro. E é assim, na vida é assim, nem sempre o final importa, mas às vezes ele pode definir muitas coisas. 
   Aposto que ninguém gosta de acabar, pois eu adoro, tanto quanto gosto de começar. Como assim? Acabar o que? Acabar tudo, absolutamente tudo o que tiver que ser acabado, tudo o que estiver sobrando, incomodando, atravancando o caminho do crescimento. Acabar pra recomeçar, acabar pra mandar embora, acabar pra lembrar, acabar pra crescer, evoluir, bater asas e voar. Eu adoro segundas-feiras, chamem-me de louca se quiserem, mas elas possibilitam o recomeço, depois da pausa sempre necessária, é hora de recomeçar, é a chance de fazer diferente. Tudo o que desejamos e prometemos a cada início de ano, ficaria mais leve se dividíssemos ao longo dos começos de semana, aquela dieta, a academia, a ligação pra alguém distante, o email de perdão pra amiga que apesar da briga faz falta, o passeio com a avó, a viagem tão sonhada, e assim por diante, uma semana para cada meta e cumpriríamos um ano de promessas. 
   Que saibamos acima de tudo não lamentar os finais, que possamos olhar as fotos do(s) ex namorado(s), ex amigo(s), os emails antigos e definitivos, os materiais do ex emprego, e tudo o que acabou, de uma maneira leve, com olhos de aprendizado, com a sensação de o melhor está por vir. Que a gente não se detenha nas lembranças da última discussão, que a gente não lembre só da carta de demissão, nem do último adeus, que a gente possa sempre lembrar de cada dia, de cada bom e ruim momento, e que saibamos que o final é um mero detalhe que muitas vezes é melhor até que seja esquecido. 

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013



Eu tenho pena quando vejo que as pessoas esquecem que a vida é uma roda gigante que está girado constantemente, portanto, nenhum lugar é fixo, nem em cima nem embaixo e quando essa roda gira nós passamos uns pelos outros, e ela gira de novo e nos passamos de novo. Devemos saber que um dia precisaremos de todo mundo, mas todo mundo mesmo, assim sendo, é melhor que saibamos semear bons sentimentos, boas lembranças até mesmo a quem tenta todos os dias nos fazer mal. Fico triste quando vejo pessoas que eu julgava grandiosas de alma terem atitudes pequenas e mesquinhas, é uma pena que as aparências enganem e que as palavras muitas vezes sejam só palavras e não entrem nunca em ação. Falar bonito qualquer um fala, mas merece destaque quem consegue colocar em prática cada bela palavra que diz ao longo da vida. Mas quem sou eu para julgar ou desejar mal pra alguém? Deus é o único que pode se achar superior porque realmente É superior a todos nós, assim sendo, deixo que Ele no alto da sua grandeza assista ao espetáculo da nossa vida e devolva a cada um o reflexo de suas ações.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Pra falar de amizade

 

   2012 se foi, 2013 chega com esperança renovadas, é engraçado como a mudança de um número parece que muda tudo, parece que tudo de ruim vai embora pra coisas melhores chegarem. Refleti muito sobre o ano passado, foi um ano de altos e baixos, um ano em que mudanças se fizeram necessárias e o melhor é que eu percebi que posso mudar sempre que quiser, mudar pra ser melhor pra mim, pra quem me ama e até pra quem me odeia. Mas de tudo mesmo, o que mais marcou meu ano foram as amizades.
   Em 2012 eu vi escorrer pelo meio dos dedos amizades que eu julgava consolidadas, pessoas que eu desejava ter pra sempre por perto, em contrapartida eu ganhei novos amigos, algumas pessoas de quem eu nunca imaginei me aproximar acabaram virando amigos especiais. Tive momentos difíceis e quando olhei pro lado estava cercada de pessoas me estendendo a mão, oferecendo o ombro, dando palavras de apoio. Tive momentos de alegria e quando percebi tinham milhares de mãos estendidas segurando copos pra brindar comigo. Em termos de amizade posso dizer que acabei o ano com saldo muito positivo (graças a Deus).
   Por mais de um momento eu pude olhar pra cima e agradecer a Deus por me manter cercada de anjos humanos e ao mesmo tempo pedi que Ele cuidasse de todos os meus bons amigos. Descobri pessoas com quem eu tenho uma sintonia especial, pessoas que contam histórias muito semelhantes as que eu já vivi, pessoas que me entendem e me aceitam como eu sou, e mais do que isso, pessoas que me olham no olho e tem coragem de dizer: "o caminho não é esse, vai por ali" ou então: "vai ser melhor se tu mudar, esse jeito de ser só te faz mal." Pessoas que sentem quando eu preciso, que se fazem presentes mesmo ausentes, que estão perto por mais que a distância física nos separe.
   Consegui acabar o ano pedindo desculpa, dando o braço a torcer e assumindo meus erros, e no final, ficou do meu lado quem soube dar mais valor ao que eu tenho de bom e deixou de lado a minha versão mais "diabólica". Sinto por quem decidiu partir, mas prefiro valorizar quem escolheu ficar. Da mesma maneira tentei ver as pessoas com olhos de amor, resolvi rever conceitos e reformulá-los, resolvi tentar amar por amar sem esperar nada em troca, dei novas chances pra pessoas que não me conquistaram na primeira conversa. Me decepcionei com pessoas em quem eu achava que podia confiar, e aprendi que nem todo mundo quer o meu bem e não transformei isso num drama, pelo contrário, levo como lição de vida.
   Por mais de uma vez durante o encontro com amigos eu senti meu olho brilhar e a felicidade transbordar por ter tantas pessoas maravilhosas ao meu redor. De longe o que mais marcou meu ano foi a amizade e eu espero sinceramente que ela siga marcando a minha vida pra sempre, porque rico é quem possui verdadeiros e valiosos amigos, assim sendo me considero milionária.
   Em 2013 permita-se conhecer novas pessoas, ver as velhas com outros olhos, dar novas chances, afinal, todo mundo merece. Regue a plantinha da amizade porque ela cresce, se fortalece e dá ótimos frutos, que se forem podres acabam caindo do pé e morrendo, enquanto os outros crescem e alimentam nossos bons sentimentos todos os dias com pequenas e grandes atitudes de amor e sinceridade. Feliz 2013 cheio de amigos!!
 
Quando a gente tá em sintonia com Deus tudo fica mais fácil, tudo flui, todos os desejos se realizam, ou pelo menos os que Ele julga que são para o nosso bem!