segunda-feira, 18 de março de 2013

Sobre ser

   

   Mesmo que não quisesse, fui obrigada a acompanhar a escolha do novo Papa já que os meios de comunicação nos deram pouquíssima opção e além do que, ser alienado no mundo de hoje não cai bem, ainda mais pra uma jornalista como eu. Sinceramente? Simpatizei com Francisco e com a escolha em homenagem a, conforme conta a história, um dos caras mais simples e humanos que o mundo já viu, ouviu, leu e soube. São Francisco vivia a pobreza por opção, amava os animais mostrando como é possível o amor incondicional e falava de paz. Desejo de coração que o Papa Francisco seja 1/3 do que o Santo foi. 
   Tá faltando humildade para a humanidade, tá faltando mais gente que olhe no olho, que se coloque no lugar do outro, que pare pra prestar socorro, que deixe de lado a marca, o preço, a pompa, que saiba descer do salto. Tá faltando mais gente feita de carne e osso, de sentimentos, mais pessoas desprovidas de vaidades, de querer só ter e ter, esquecendo o quanto é essencial o ser. Falta gente que queira se destacar trabalhando, que queira trabalhar para se realizar, que pare de querer o fracasso alheio, que lembre que enquanto um dedo aponta para o julgamento alheio outros três apontam para o julgamento próprio. Faltam pessoas que olhem mais no espelho e menos pro lado, que percebam que não somos cascas, somos uma carga de sentimentos, de emoções, somos uma história, fazemos a nossa história, sofremos, caímos, levantamos, tentamos todos os dias nos superar. 
    Talvez um Papa cheio de bons exemplos, de simplicidade, de mais interesse na humanidade, de mais demonstrações de amor ao próximo ajude a tocar o coração de todos e de cada um. Mais simplicidade, mais amor, mais paz de espírito, mais preocupação com a própria vida, é disso que precisamos, é disso que o mundo tá carente. Que o Espírito Santo ilumine Francisco, que Ele ilumine cada um de nós, que a simplicidade saia do discurso e ganhe a prática, que sirva de inspiração para os nossos dias e que saibamos que temos o mesmo início e teremos o mesmo fim, as contas a serem acertadas com Deus independem do carro que tínhamos, da marca de roupa que usávamos ou de quantos Diplomas conquistamos, a questão é mais profunda e até mais simples do que pensamos. Ele nos quer melhores do que nós mesmos todos os dias, saibamos entender isso, saibamos praticar isso. Que a nossa marca preferida seja o amor ao próximo e que todos os dias tenhamos no mínimo a humildade de questionarmos: "O que Jesus Cristo faria no meu lugar?" Assim seja para Francisco enquanto Papa, assim seja para nós simples mortais. 

sexta-feira, 8 de março de 2013

Mulher macho, sim senhor!






Eu gosto de ser mulher com restrições. Não nasci pra frescurites, pra dar chilique por causa de uma barata, nem pra dar chilique por nada desse mundo. Sou mulher meio macho, sabe?! Acho que mais ou menos como a Pagu, talvez não seja coincidência termos a mesma profissão. Eu gosto de Grêmio, vou ao estádio, xingo, grito, ofendo a senhora mãe do juiz. Eu não gosto de salto alto, e além disso, tenho um problema nos tendões que o uso prolongado de salto alto detona meus pés nada delicados. Eu falo palavrão, só uso maquiagem em ocasiões especiais, não sou viciada em sapatos, mas em bolsas sim. Nunca sonhei usar véu e grinalda, não vivi a busca insana pelo príncipe encantado e nunca me iludi que ele exista, sempre achei as princesas de conto de fadas meio abobadas, sonhadoras e até cansativas. Acho um saco essa coisa de depilação, sobrancelha, unhas e o ciclo mal se encerra e recomeça. Odeio que mexam no meu cabelo, não acho legal passar um dia no salão de beleza, tenho pouquíssima vaidade, entrei apenas uma vez nessa fila antes de nascer. Acho injusto ter que sentir colica, TPM e sangrar pelo menos uma vez por mês. Acho feio mulher grávida, e desumana a dor do parto. Mas enfim, feliz dia internacional da mulher até pra quem não é tão mulher assim como eu.