quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Muito amor pelos apressadinhos, muita admiração pelos pais

   



   Amanhã, 17 de novembro, é o dia mundial da prematuridade, assunto sobre o qual eu pouco ou quase nada entendia até virar uma mãe de prematuro. Já relatei aqui no blog como foi o nascimento da Melissa e quer saber?! Foi muito tranquilo perto de tantos relatos e tantas histórias que tenho acompanhado.
   Um mês antes da Melissa nascer eu fui fazer uma matéria sobre o Banco de Leite da Santa Casa e conheci a história de uma menininha que nasceu com 600 gramas. A luta dela pela vida me comoveu, a força da mãe dela me impressionou. Quando a minha filha virou paciente eu tive a certeza que Deus não dá fardo maior do que a gente possa carregar. Ela só teve pressa de nascer mas nasceu cheia de saúde e ficou pouco tempo com ajuda pra respirar ela basicamente só precisava ganhar peso mas essa é uma luta cansativa porque tem dias que eles ganham 20 gramas, em outros perdem 10, logo ganham 30 e assim a gente vai indo, comemorando cada grama adquirida e chorando cada grama perdida. 
   Em 12 dias que a minha filha passou na UTI conheci bebês que ninguém sabia se iam sair dali com vida, soube de alguns que viveram apenas algumas horas, vi pais chorarem a perda dos filhos que cansaram de lutar pela vida mas também soube dos que nasceram com poucas gramas e contrariaram as expectativas até dos médicos tendo se superado a cada dia até o dia da tão sonhada alta. Na verdade eu posso dizer que estivemos na UTI a passeio porque graças a Deus além do peso, a Melissa não nos causou mais nenhuma preocupação. 
   É angustiante entrar no hospital com o bebê na barriga e ir pra casa sem o filho nos braços, pode ser desesperador a cada vez que não podemos entrar na UTI porque algum procedimento está sendo feito em algum daqueles mini pacientes. A minha filha não É prematura, ela FOI prematura. Mas essa experiência me fez ter ainda mais amor por esses pequenos apressadinhos que na pressa de nascer já nascem lutando pela vida e muita admiração e carinho por cada pai e mãe que vive dias ou até meses dentro da UTI se alimentando de boas notícias e mantendo a chama da fé sempre acesa para que o dia de amanhã seja melhor do que o de hoje até que a sonhada despedida do hospital aconteça. 
   Um em cada 10 bebês são prematuros e eles de fato são especialmente especiais. Sabe o que eu acho? Que eles sentem a força do amor que os espera aqui fora e querem logo sentir tanto carinho. Vou ser eternamente grata a cada profissional que deixa a família e os próprios filhos em casa pra cuidar dos filhos dos outros com todo o amor e dedicação. Tenho muito amor pelos apressadinhos e vou ter sempre muita admiração e carinho por cada pai e mãe que vive a rotina de uma UTI Neonatal.