domingo, 29 de julho de 2012

A saudade que nunca vai acabar


 






    Eu escrevi aqui há algum tempo sobre a Natasha, nossa cadelinha de estimação. Cadela? Não, ela era uma pessoa, uma anjinha de quatro patas, integrante da família com nome, sobrenome e tudo mais o que nós tivéssemos era dela também. Mas assim como as pessoas os animais também morrem, e infelizmente na madrugada do dia 15 de julho chegou a hora da nossa Nati partir. Parecia que estávamos preparadas, mas era mentira, nos pegou de surpresa e foi uma dolorosa despedida e um sofrido fim. Não quero reviver nossos últimos momentos aqui, pois quero lembrar dela sempre feliz, saltitante, brincando, nos acompanhando e alegrando as nossas vidas. 
    A nossa casa ficou imensa, nossos corações parecem vazios, nossos olhares ficaram vagos e as lágrimas foram inevitáveis. Que dor, que saudade, que vazio, como entender a separação de corpos? Como nos acostumarmos a não ter quem nos recepcione em casa? Com quem dividir os ossos de galinha? Agora podemos todas viajar ao mesmo tempo? É tudo tão estranho, tão ruim, tão sem graça, parece que falta, parece que sobra, é um sentimento que não tem explicação.
    Pra quem duvida de amizade sincera e despretensiosa basta ter um cão e terá assim um melhor amigo. A Natasha foi nosso amiga do primeiro ao último dia de vida dela, veio aqui pra casa pequena, com 2 meses se bem me lembro, e foi com a gente que ela dividiu todinhos os momentos de vida. Quando pequena destruía tudo o que via pela frente, brincava, pulava, comemorava os gols do Grêmio, fazia festa quando chegávamos e tinha seus próprios brinquedos que a gente atirava pra ela buscar e nos devolver e se não déssemos um basta nessa brincadeira ela só queria fazer isso o dia todo, mas ela foi crescendo envelhecendo e parou de brincar, mas ainda assim não deixava ninguém mexer nos brinquedinhos dela. Ela foi envelhecendo, diminuiu a intensidade da festa quando chegávamos, mas nunca deixou de comemorar nossos reencontros, nos esperava na janela com o olhar atento e assim que colocávamos a chave na porta e entrávamos em casa ela passava a nos acompanhar, nos esperava dentro do banheiro enquanto tomávamos banho, ajudava a estender e recolher roupa, lavar e secar louça, participava ativamente das atividades domésticas. 
    Ela não era uma cadela qualquer, ela era de fato especial, ela falava! Falava? Sim, com os olhos, com o pedacinho de rabo que ela tinha, com o corpo, com a língua, do jeito dela ela falava com a gente. A primeira que fosse deitar ganhava a companhia dela, principalmente quando ela ficou mais velha e começou a ter sono mais cedo, a primeira que acordasse ganhava a companhia dela até a hora de bater a porta e sair pra estudar, trabalhar, passear. Quando uma de nós começava a arrumar malas ela ficava inquieta, andava na volta e exigia explicação, e nós sempre dizíamos quem ia viajar, pra onde e quando voltava. Nos levava e buscava na rodoviária, ela adorava passear lá. Quando deixávamos ela pra tomar banho no pet shop tínhamos que conversar antes explicando que logo logo iríamos buscá-la. Ela sabia tudo sobre nós, nossa rotina, nossos segredos, nossas alegrias e tristezas, nos conhecia mais do que nós mesmas, ela sentia as coisas, tenho certeza que sim! 
    Quem nunca teve um cachorro, quem não gosta deles, quem cria no pátio sem deixar que participem da família talvez não seja capaz de entender a delícia e a dor que é essa relação entre homem/animal, mas eu sinceramente desejo que todo mundo tenha essa experiência. Eu afirmo que a Natasha foi uma das melhores coisas que aconteceram na minha vida. O fim é horrível, a despedida é dolorosa, a saudade dói desesperadamente, mas com certeza os 16 anos de amor, amizade e convivência valeram mais, muito mais. Ela nos ensinou muito sobre amor, perdão, aceitação, e nunca nos pediu nada em troca. Um pote de água, um pouco de comida e o mínimo de atenção é tudo o que um cachorro precisa durante toda a curta passagem pela terra. 
   Eu não sei muito bem pra onde os cachorros vão depois que morrem, mas eu imagino que seja pra algum lugar lindo e cheio de paz, porque é isso o que eles trazem pra vida da gente, muita paz. É lá que ela está, brincando, correndo, e olhando por nós. Na verdade a presença e as lembranças dela sempre serão muito vivas pra nós e temos a certeza que ela sabe disso. É muita saudade, mas foi muito amor, foi muito bom e foi inesquecível. 
    Hoje eu decidi deixar a saudade doer, porque na verdade eu tava tentando ser forte e ainda não havia me permitido sentir muito, mas hoje tá doendo demais e pra me permitir sofrer eu assisti Marley & Eu, quem já viu esse filme sabe exatamente do que eu estou falando, o texto abaixo reproduz muito de tudo o que eu tentei dizer aqui mas acho que não obtive sucesso, então, resumindo: 
‎"Para um cão,você não precisa de carrões,de grandes casas ou roupas de marca. Símbolos de status não significavam nada para ele. Um graveto já está ótimo. Um cachorro não se importa se você é rico ou pobre, inteligente ou idiota, esperto ou burro. Um cão não julga os outros por sua cor, credo ou classe, mas por quem são por dentro. Dê seu coração a ele, e ele lhe dara o dele. É realmente muito simples, mas, mesmo assim, nós humanos, tão mais sábios e sofisticados, sempre tivemos problemas para descobrir o que realmente importa ou não. De quantas pessoas você pode falar isso? Quantas pessoas fazem você se sentir raro, puro e especial? Quantas pessoas fazem você se sentir extraordinário?"

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Aprendendo a ver o outro lado da moeda, das pessoas, da história

    








    Hoje eu tava pensando sobre uma pessoa muito, muito falsa que eu conheço, na verdade acho que é a rainha das falsas, mas enfim, o fato é que eu pensei tudo de ruim sobre ela e ao mesmo tempo pensei: Ok, ela foi ruim pra mim e pra outras pessoas que eu conheço, mas pra alguém no mundo ela deve ser uma boa pessoa. E assim acontece com todo mundo, há quem não me suporte e há quem me ame, ninguém é de todo ruim. A maioria das pessoas idolatram a própria mãe, mas nem isso é unanimidade, há quem não goste da própria mãe, mas nem por isso a mãe em questão não é amada e admirada por outra pessoa ou por ser outra coisa na vida que não mãe. 
    Eu posso ser uma boa amiga pra uns, péssima pra outros, excelente profissional pra uma empresa e péssima profissional pra uma outra. A verdade é que ninguém é de todo bom nem de todo ruim, isso depende de momento, de ponto de vista, de época da vida. Nem o cara que veio ao mundo pra ser símbolo de amor e salvação agradou a todos, tanto que morreu crucificado, e ainda assim há quem nem acredite que Ele existiu. 
    Desconheço alguém que seja ótimo em tudo o que faz. Eu sei que tudo isso é muito óbvio e muita gente já deve ter se dado conta disso há muito tempo, mas pasmem, eu recém parei pra pensar nisso, fico feliz que seja antes tarde do que nunca. Vou repensar antes de formar pré conceitos sobre alguém, porque eu sou a dona de ir atrás do que os outros falam sobre determinada pessoa. Se alguém fez mal pra um amigo meu eu já acho que não é uma boa pessoa e prefiro nem conhecer melhor. Errado, feio e preconceituoso da minha parte. Vai ver o santo dele e do meu amigo não batem, vai ver foi o meu amigo o filho da puta da história e a idiota aqui já sai pensando tudo errado e julgando alguém sem nem conhecer. 
    Ok, eu não quero ser santificada, mas fico feliz em conseguir ser melhor a cada dia, melhor pra uns, pior pra outros, mas eu gosto de perceber um certo amadurecimento em perceber que nem eu nem ninguém somos e nem seremos exemplares seres humanos. Aprendi que quando se trata de pessoas é preciso pagar pra ver, ter as próprias experiências e fazer a seleção natural de que tipo de gente eu quero perto de mim, porque quem não serve pra guardar segredo do meu amigo pode ser que seja um excelente confidente pra mim, mas eu só saberei me permitindo, me arriscando, vivendo. E que graça teria a vida não fossem as segundas chances, a coragem de dar a cara a bater e a ânsia em sentir cada segundo do que nos é permitido?! "Vamos viver tudo o que há pra viver, vamos nos permitir..." sempre!
    

terça-feira, 10 de julho de 2012

Maldita inocência

    






    Não sou uma pessoa perfeita, longe disso, já escrevi aqui sobre alguns dos meus defeitos e ainda tenho outros que renderiam no mínimo mais 100 textos. Mas também preciso saber exaltar as minhas qualidades e eu considero qualidade ser uma pessoa inocente. Sim, sou bocó, abobada, chamem como quiserem, também posso definir como pessoa de bom coração, ou então, ser humano que acredita nos outros, acho que estou em extinção. Ok, não sou aquele tipo: Ó meu Deus, como ela é maravilhosa a ponto de não odiar ninguém. Não vamos exagerar, eu odeio algumas pessoas e tem outras por quem sinto uma forte antipatia, mas acho que não me animaria por exemplo, a matar alguém, nunca senti esse tipo de ódio que deve ser horrível e passível se arrependimento total depois do crime.
    Mas eu acho que dentro de toda a maldade que eu tenho, sim, eu tenho, eu ainda sou muito inocente pra certas coisas. Vamos aos exemplos idiotas, se uma pessoa curte as minhas postagens no facebook, a próxima vez que eu passar por ela na rua vou cumprimentar toda faceira, como se tivéssemos alguma relação, nem que seja virtual, e o que eu recebo em troca na maioria das vezes?! Quando muito uma abertura entre os lábios que deixa escapar um oi e na hora me faz pensar esbravejando: "Eu vou te excluuiiirrr do facebook sua desagraçada." Ok, depois passa a raiva momentânea e eu penso que anormal sou eu em pensar que a pessoa está no meu facebook por simpatizar comigo, ela está ali pra fuçar pô! Em contrapartida tem gente de quem eu adoraria saber mais, mas por não simpatizar com a pessoa não me animo a adicionar, mesmo tendo sido colega de ballet, amiga de infância, ou pode até ser parente, me sinto mal fazendo isso. 
    Tá bom, facebook não é exemplo válido, então, se eu sou amiga de uma pessoa eu serei amiga dela independente de cor, raça, time ou partido político. Eu conheço a pessoa há 10 anos e ela era heterossexual assim como eu, mas há dois anos se descobriu gay, isso não é motivo pra apagar a nossa história de amizade e eu parto do princípio que ela vai me respeitar, eu respeito a mais nova opção dela e ela a minha já antiga e conhecida de todos. Não é assim? Não deveria ser? Eu demorei muito tempo pra aceitar que um homossexual é uma pessoa igualzinha a mim apenas com gosto diferente, é como eu gostar de verde e a minha irmã de roxo, mas enfim, entendi e aceito perfeitamente. Diferença nenhuma deveria enfraquecer amizade, ou será que quando isso acontece o que nunca aconteceu foi a amizade? Pois é, eu tenho ingenuidade o suficiente pra não ficar magoada com amigos colorados, porque sou gremista, com os homo porque sou hetero, com os partidários porque uma experiência ruim me fez pegar asco de política. E a cada dia que passa percebo que sou raridade, diferenças que deveriam unir servem pra separar. 
    Sei lá, tenho me achado inocente por não perceber que perdi alguns amigos pelo caminho, perdi por pensar diferente, por assumir quem sou, por dizer do que não gosto, por ser polêmica (é o que dizem alguns). Pensava eu ter milhões de amigos, mas o tempo e a maturidade vão diminuindo essa conta e deixando ela quase em zero. Tenho vontade de pegar alguns do braço olhar no olho e dizer: "Não gosta mais de mim? Acabou a amizade? Então tá, vamos assumir isso e chega de putaria." Indireta daqui, indireta dali e a gente vai enchendo o saco, superlotando o copo, perdendo o carinho. Queria eu parar de dar indiretas e largar a real, mas e o medo? Sou uma troxa mesmo, sofro por quem não merece, sinto saudade de quem quer a minha cabeça e sou inocente o suficiente pra pensar que é uma fase e vai passar. 
    Idiota eu, que ainda terei que tomar mais mil vezes na cabeça pra aprender que a vida é cheia de maldades e certas pessoas não suportam a diferença e a autenticidade, e essas eu quero que tenham coragem pra me dizer que não me suportam somente pelo fato de eu ser quem sou e não quem elas querem que eu seja. Pronto falei, não gostou? Me exclui do facebook, dá unfollow no twitter e me tira de vez da tua vida. Eu e a minha insistente inocência agradecemos muito. 

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Life: O novo programa da Pop Rock


   A Pop Rock Bagé começa o mês de julho com um novo programa. Life vai ao ar todos os sábados às 09 horas da manhã tratando de temas sobre saúde, nutrição, beleza, estética, atividades físicas e terapias alternativas.
    Life é um projeto do meu colega Rodrigo Ferraz e será executado pela equipe Pop Rock, terei a honra de estar a frente do mais novo "filho" da rádio. É uma maneira de mostrarmos que nos preocupamos com o bem estar dos nossos ouvintes e queremos passar todas as informações necessárias para que todos possam ter uma vida mais saudável. 
    Os primeiros convidados do Life são os professores do Bagé Tênis Clube: Débora Suchy que falará sobre os benefícios da natação para bebês e Cesar Palomeque falando sobre natação e hidroginástica para adultos. É sábado às 09h na Pop Rock Bagé. Pra ouvir sintoniza o teu rádio na 98.1fm ou pelo site www.poprockbage.com.br ! 

segunda-feira, 2 de julho de 2012

A nada nobre arte de querer mudar o outro


    Começar uma relação pensando: "O(a) fulano(a) vai mudar!" Ou então: "Ele(a) já disse que não gosta de determinada coisa em mim, mas eu vou mudar, com o tempo eu consigo!" é um erro imenso. Quem nos ama deve amar como somos. Hã?! Existe alguém que me ama assim?! Exatamente assim?! Teimosa, chata, cheia de razão?! A verdade é que a pessoa em questão pode não suportar a tua chatice, mas se ela te ama ou pelo menos tem a intenção de vir a te amar algum dia ela aceita e ponto. Defeitos?! Todo mundo tem, mas também temos qualidades, e essas devem compensar sempre. 
    Penso que todo o namoro, rolo, enrosco, no início deve ser um mar de rosas, se não for assim, imagina um ano depois?! Nós escolhemos quem estará ao nosso lado, temos essa liberdade, escolhemos amigos, namorado, marido, enfim, exceto a família, nos é dada a total liberdade de definirmos que tipo de pessoas servem ou não para fazerem parte da nossa vida. Assim sendo, a gente vai escolher justamente quem insiste em apontar as nossas imperfeições?! 
    Sendo bem e muito sincera eu estou começando a achar que a errada sou eu. Já tive namorados de todos os tipos e um deles em especial em causou um trauma eterno: o possessivo excessivo. Também já tive e tenho amigas assim, e confesso que tenho medo. Esse tipo de gente acha que pode se apoderar dos outros, influenciar, ensinar, e principalmente mudar as pessoas. Não que eu não esteja apta pra mudanças, estou sim, sempre, até porque sou uma eterna metamorfose ambulante e mudar é necessário. Mas eu mudo porque quero, sinto necessidade ou preciso, não é alguém me apontando o dedo na cara ou gritando que vai fazer com que eu me dê conta que os meus defeitos incomodam. Tá incomodado comigo?! Conversa, manda email, sms , me liga, mas não vem querer arrombar a porta da minha privacidade com um pontapé e achar que pode bagunçar geral e me dizer quem eu devo ser. 
    Mas como eu ia dizendo que penso que sou errada, não sei se a carência das pessoas é que encontra-se em nível elevado, mas o fato é que eu tenho visto muita gente se atirando de cabeça em relacionamentos que exigem mudanças. Estou assistindo de camarote (infelizmente) pessoas que eu amo muito abandonarem família, amigos, passarem a se vestir mal, e alegar que é por amor. 
    Desculpem meus queridos amigos, mas como eu sempre digo o amor é leve, solto, e deve fazer feliz. Amor de verdade é aquele que liberta, que permite que a gente vá além dos nossos limites, que nos faz descobrir um novo mundo cor de rosa, laranja, roxo, pode ser da cor que quisermos, mas é colorido. O amor nos faz mudar, isso é fato, mas nesse caso a mudança é leve, sem preocupação, sem forçar a barra, a gente muda pra ser melhor  pro outro, a gente muda pra ser melhor pra gente, a gente muda porque vai ser melhor pros dois. Se o amor não faz feliz pergunte-se o que está fazendo ali, procure a saída mais próxima e corra sem medo do novo e do desconhecido. Ser feliz é obrigação e cabe a cada um de nós e mais ninguém! Que saibamos ser felizes sempre!