quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

O sucesso da decadência cultural

Brasil final de 2011 início de 2012. O país inteiro entoa o hit "ai se eu te pego" cantado pelo sertanejo Michel Teló. É o momento do sertanejo universitário. A "música maldita" foi traduzida em quase todos, se não todos, os idiomas. Sucesso? Fenômeno? Muitos chamam assim, eu prefiro chamar de decadência cultural. Na verdade acho que estou vivendo na época errada, nasci na década em que o pop rock era destaque e preferia ter vivido todo esse sucesso que Legião Urbana, Capital Inicial, Paralamas do Sucesso, entre tantos outros cantores e bandas despontavam nas paradas musicais. Não sou moralista e estou longe, muito longe de ser uma pessoa extremamente culta. Não suporto techno, estou aprendendo a apreciar house, curto um bom pagode mas sou fã incondicional de pop rock e gosto um pouco de metal, resumo, sou eclética. Eu só acho que é muito pobre um país tão rico em variedade cultural exportar tão pouco. Sim, porque uma música que diz basicamente "ai se eu te pego" é o que está identificando o Brasil por todo o mundo. Sinceramente, acho decadente. Esses dias fui ao cinema assistir Amanhecer e fiquei triste em ver a "participação" do Brasil no filme, além de aparecer o Cristo Redentor (um lindo ponto turístico que identifica muito bem o país) aparece samba, mulheres semi nuas e caipirinha. Jura que é isso o que temos pra nos orgulhar do lugar aonde nascemos? Acho pouco e acho horrível essa mania do brasileiro de exportar só o que o país tem de ruim e de fútil. Eu afirmo que nós temos riqueza cultural, só precisamos de um povo mais instruído e que tenha vontade de conhecer mais do seu próprio país e não compre apenas o óbvio e o mais fácil.
Temos Maria Rita, Maria Gadu, Pitty com o seu novo projeto Agridoce, Pouca Vogal, Chimarruts, Jota Quest, Paralamas do Sucesso e mais uma lista de infinitos ótimos cantores e bandas. Porque exportar logo "ai se eu te pego"? Vale pensar se a cultura musical do país é tão pobre e tão vazia?! Não temos nada melhor pra exportar? É assim que queremos ficar conhecidos? A todo esse sucesso eu atribuo apenas um fator: decadência cultural de um povo e de um país que já viveram áureos tempos de bom gosto e boa música. Sinto saudade de um tempo que eu não cheguei a viver e o desejo de que gerações futuras tenham melhores motivos pra se orgulhar do Brasil. Sinceramente, deu de sermos apenas o país do futebol, da caipirinha, da bunda e do carnaval. Por enquanto sinto vergonha de ser brasileira, espero poder colaborar para um dia sentir orgulho.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Corpo furado, pele desenhada. Uma marca, uma história.


O fotógrafo Leko Machado começou no dia 1º de Janeiro de 2012 o “Projeto 366 days”. O projeto consiste em todos os dias do ano, ele realizar uma foto do que quiser, desde que seja fotografada naquele dia. O projeto tem a intenção de estimular todos os dias a pensar, estudar, imaginar, inspirar e criar uma fotografia de qualidade. Aqui está o link para quem quiser acompanhar o projeto http://lekomachado.com.br/?page_id=8886
Eu também tenho uma proposta pra 2012: dar mais atenção ao meu blog. Assunto eu tenho certeza que não falta, e espero que não falte criatividade. Assim sendo, resolvi "casar" a minha idéia com a do Leko, que além de grande fotógrafo é um grande amigo e vou escolher algumas fotos do projeto 366 days e escrever sobre elas. As fotos dele são muito lindas, espero que eu consiga fazer textos à altura, neh?!
Não foi a toa que eu escolhi essa primeira foto, acabei de escrever um texto sobre aceitar as diferenças e essa foto, pelo menos pra mim fala muito sobre isso. Piercings e tatuagens são muito mais comuns na minha geração do que eram na da minha avó, mas nem por isso são mais aceitos pela sociedade. Pode parecer estranho, mas em pleno 2012 ainda existe preconceito.
Esses dias cheguei em um bar perto da rádio aonde eu trabalho pra comprar água e o rapaz (um homem que deve ter no máximo 45 anos) que me atendeu apontou pra uma tatuagem que tenho no ombro e me perguntou: -É definitiva? Eu respondi naturalmente que sim. Ele me olhou com uma cara meio que de nojo e disse: -E quando tu ficar velha o que tu vai fazer?! Eu logo respondi: -Vou olhar pra ela e lembrar de uma época maravilhosa da minha vida. Claro que ele ficou sem jeito e sem resposta.
E pra mim é isso. Piercing e tatuagem não é falta de caráter como muitos dizem, pelo contrário, é ter caráter o suficiente pra fazer o que se tem vontade. É marcar na pele uma escolha, uma história, uma fase da vida. Os piercings saem, mas eu não pretendo tirar o meu (tenho um no nariz) nunca, espero que tenha saúde pra isso e para contar aos meus netos lindas histórias da época em que eu vivi lindos momentos que mereceram espaço na minha pele. E aqui vai o meu salve pra quem tem piercings e tatuagens e pra quem não tem e até não gosta mas respeita.

Aprendendo com as diferenças




"A tolerância, do latim tolerare (sustentar, suportar), é um termo que define o grau de aceitação diante de um elemento contrário a uma regra moral, cultural, civil ou física.
Do ponto de vista da sociedade, a tolerância define a capacidade de uma pessoa ou grupo social de aceitar, noutra pessoa ou grupo social, uma atitude diferente das que são a norma no seu próprio grupo. Numa concepção moderna é também a atitude pessoal e comunitária face a valores diferentes daqueles adotados pelo grupo de pertença original." Fonte: Wikipédia

Diante de tantas discussões que tem sido levantadas nas redes sociais eu me obriguei a pesquisar sobre TOLERÂNCIA e encontrei essa definição que acho que se adapta bem ao que eu tenho pensado. Confesso, eu falo mal das coisas que não gosto, mas não quero com isso ofender nem menosprezar ninguém (e aqui me desculpo caso dê a entender isso em algum momento). Falo mal simplesmente porque não gosto, assim como falo bem do que gosto e vejo tanta gente falando mal de coisas, músicas, bandas e pessoas que me fazem bem, nem por isso me sinto ofendida.
Graças a Deus somos pessoas completamente diferentes umas das outras, se até os irmãos gêmeos tem diferenças de personalidade porque nós humanos, irmãos apenas em Cristo(eu acredito nisso e respeito quem não acredita) não seríamos?! E aí está o grande barato da vida, as diferenças.
O que seria do Grêmio sem o Inter?! Do branco sem o preto?! E por aí vai, diferenças que se opõe e se completam. Eu não consigo ver o UFC como esporte, mas nem por isso estou desrespeitando quem gosta, ou estou?! Eu assisti uma ou duas edições do BBB mas não consegui passar disso, acho besta, vazio, mas tem quem goste e esse não é um motivo pra me fazer odiar nem deixar de admirar ninguém. Mas as pessoas andam muito intolerantes com a opinião alheia, prova disso são as guerras, as brigas, os assassinatos. Uma opinião diferente e está instaurada uma imensa discussão que pode não acabar nada bem. Acho isso lamentável.
Tenho refletido, rezado e tentado ver, aceitar e pensar sobre opiniões contrárias às minhas, espero que eu consiga, espero que o mundo consiga e encontre nas diferenças motivos para crescer e aprender e não mais para brigar, xingar e matar.
Não sou melhor nem pior que ninguém e nem quero dar lição de moral, quero apenas me sentir bem e a vontade para expressar as minhas opiniões sem parecer que estou agredindo ou dando indiretas. Estou tentando me deixar encantar pelas diferenças e gostaria que todo mundo fizesse isso, aposto que vai ser uma experiência legal.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Como dói saber que mais um dia é menos um dia!


Meus amores!


Nossa Mana Mi! Saudades eternas!

Há mais ou menos 28 anos a minha mãe e o meu pai achavam que não podiam ter filhos, por isso adotaram a Mimosa, uma cadelinha fox. Mas exatamente quando eles se conformaram que não podiam ter filhos eu resolvi escolhe-los como pais e vim ao mundo como fruto do amor deles.
Quando eu nasci a Mimosa logo me amou e passou a me cuidar. Eu ficava sozinha na frente de casa deitada no carrinho tomando sol e aquela pequena cadelinha fox me vigiava e não deixava ninguém se aproximar de mim. Depois de quatro anos a minha irmã nasceu e a Mimosa tinha o mesmo cuidado com ela. Crescemos como três irmãs e nos respeitávamos e amavámos como tal, dadas as devidas proporções. Em 1996 o coração da "Mana Mi" (como carinhosamente a chamávamos) não aguentou e ela morreu dormindo. Foi uma comoção geral na nossa casa e decidimos que não teríamos mais cachorro, devido ao sofrimento que era perdê-los. Mas essa decisão durou pouco tempo, mais ou menos dois meses depois não aguentamos o "silêncio" da casa e foi então que compramos uma poodle, que batizamos de Natasha.
A "Nati" como foi batizada não substituiu em nenhum momento o amor da Mana Mi, nem preencheu a ausência dela, mas cada uma ganhou um espaço diferente no nosso coração. A pequena poodle branca logo nos conquistou, sempre foi muito sapeca, no início destruía tudo o que via pela frente, mas assim que ela virou adulta superou a fase de destruição. Passou a ser nossa companheira, amiga, parceira, não podia nos ver chorando que ficava inquieta na volta, como quem quer consolar. Os anos se passaram, meus pais se separaram, meu pai saiu de casa de a Natasha ficou morando comigo, minha mãe e minha irmã. Dizem que cachorros escolhem alguém da família com quem se apegam mais, ela escolheu minha mãe(se eu fosse ela faria a mesma escolha). A mãe saía de casa e ela ficava em cima da mesa olhando pela janela como quem espera o seu amor voltar. A mãe chegava e ela fazia festa. Escolheu a cama da mãe pra dormir. O tempo foi passando e ela ficando cada vez mais velha (logico), como todos nós, porém, um ano de cachorro é referente a sete anos de uma pessoa, logo, a tendência é que eles nos deixem sofrendo por eles. A cada viagem nossa ela ficava na volta enquanto arrumávamos a mala como quem quer ir junto ou não quer que a gente vá.
Em agosto de 2011 a minha mãe foi viajar e a Natasha ficou comigo, eu juro que nunca vi alguém tão triste pela ausência de quem ama. Nossa Nati não comeu nos primeiros dias, ficava triste deitada na mesa esperando que a mãe voltasse, não ficava feliz nem em ir passear (coisa que ela sempre amou fazer) e eu já não sabia mais o que fazer. A mãe voltou e ela, dentro das possibilidade dos 15 anos que ela já tem passou a ser a mesma. Isso durou uns três meses e em dezembro de 2011 ela adoeceu. No dia que ela amanheceu mal eu achei que não tinha volta, afinal, uma senhora de 107 anos não tem tanta facilidade de reabilitação. Levamos no veterinário e o diagnóstico era desanimador, ela tava cheinha de câncer. A única opção era a cirurgia, que ela provavelmente não aguentaria. Minha mãe passou a cuidar dela como cuidaria de uma filha. Alimentação com seringa, horário para remédios, tudo o que uma doente necessita ela passou a ter. Fiz promessa, rezei, chorei, e como um milagre ela se recuperou. Ok. Não foi 100%, mas perto do que ela estava podemos que dizer que hoje ela está bem. Porque escrever tudo isso? Precisava tentar descrever o mínimo do imenso amor que consigo sentir por uma simples cadelinha poodle.
Cada dia a mais é um dia a menos. Isso dói muito. Mesmo que o veterinário tenha dito que ela pode durar até os 18 anos e qualquer uma de nós pode morrer antes dela, ainda assim, dói muito saber que podemos perdê-la a qualquer momento. Agora sim a promessa é que depois da Natasha não teremos mais cachorro. Ela é única, especial e será sempre nossa, independente de qualquer distância.