terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Como dói saber que mais um dia é menos um dia!


Meus amores!


Nossa Mana Mi! Saudades eternas!

Há mais ou menos 28 anos a minha mãe e o meu pai achavam que não podiam ter filhos, por isso adotaram a Mimosa, uma cadelinha fox. Mas exatamente quando eles se conformaram que não podiam ter filhos eu resolvi escolhe-los como pais e vim ao mundo como fruto do amor deles.
Quando eu nasci a Mimosa logo me amou e passou a me cuidar. Eu ficava sozinha na frente de casa deitada no carrinho tomando sol e aquela pequena cadelinha fox me vigiava e não deixava ninguém se aproximar de mim. Depois de quatro anos a minha irmã nasceu e a Mimosa tinha o mesmo cuidado com ela. Crescemos como três irmãs e nos respeitávamos e amavámos como tal, dadas as devidas proporções. Em 1996 o coração da "Mana Mi" (como carinhosamente a chamávamos) não aguentou e ela morreu dormindo. Foi uma comoção geral na nossa casa e decidimos que não teríamos mais cachorro, devido ao sofrimento que era perdê-los. Mas essa decisão durou pouco tempo, mais ou menos dois meses depois não aguentamos o "silêncio" da casa e foi então que compramos uma poodle, que batizamos de Natasha.
A "Nati" como foi batizada não substituiu em nenhum momento o amor da Mana Mi, nem preencheu a ausência dela, mas cada uma ganhou um espaço diferente no nosso coração. A pequena poodle branca logo nos conquistou, sempre foi muito sapeca, no início destruía tudo o que via pela frente, mas assim que ela virou adulta superou a fase de destruição. Passou a ser nossa companheira, amiga, parceira, não podia nos ver chorando que ficava inquieta na volta, como quem quer consolar. Os anos se passaram, meus pais se separaram, meu pai saiu de casa de a Natasha ficou morando comigo, minha mãe e minha irmã. Dizem que cachorros escolhem alguém da família com quem se apegam mais, ela escolheu minha mãe(se eu fosse ela faria a mesma escolha). A mãe saía de casa e ela ficava em cima da mesa olhando pela janela como quem espera o seu amor voltar. A mãe chegava e ela fazia festa. Escolheu a cama da mãe pra dormir. O tempo foi passando e ela ficando cada vez mais velha (logico), como todos nós, porém, um ano de cachorro é referente a sete anos de uma pessoa, logo, a tendência é que eles nos deixem sofrendo por eles. A cada viagem nossa ela ficava na volta enquanto arrumávamos a mala como quem quer ir junto ou não quer que a gente vá.
Em agosto de 2011 a minha mãe foi viajar e a Natasha ficou comigo, eu juro que nunca vi alguém tão triste pela ausência de quem ama. Nossa Nati não comeu nos primeiros dias, ficava triste deitada na mesa esperando que a mãe voltasse, não ficava feliz nem em ir passear (coisa que ela sempre amou fazer) e eu já não sabia mais o que fazer. A mãe voltou e ela, dentro das possibilidade dos 15 anos que ela já tem passou a ser a mesma. Isso durou uns três meses e em dezembro de 2011 ela adoeceu. No dia que ela amanheceu mal eu achei que não tinha volta, afinal, uma senhora de 107 anos não tem tanta facilidade de reabilitação. Levamos no veterinário e o diagnóstico era desanimador, ela tava cheinha de câncer. A única opção era a cirurgia, que ela provavelmente não aguentaria. Minha mãe passou a cuidar dela como cuidaria de uma filha. Alimentação com seringa, horário para remédios, tudo o que uma doente necessita ela passou a ter. Fiz promessa, rezei, chorei, e como um milagre ela se recuperou. Ok. Não foi 100%, mas perto do que ela estava podemos que dizer que hoje ela está bem. Porque escrever tudo isso? Precisava tentar descrever o mínimo do imenso amor que consigo sentir por uma simples cadelinha poodle.
Cada dia a mais é um dia a menos. Isso dói muito. Mesmo que o veterinário tenha dito que ela pode durar até os 18 anos e qualquer uma de nós pode morrer antes dela, ainda assim, dói muito saber que podemos perdê-la a qualquer momento. Agora sim a promessa é que depois da Natasha não teremos mais cachorro. Ela é única, especial e será sempre nossa, independente de qualquer distância.

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