quinta-feira, 4 de julho de 2013

É mesmo isso aí?

   



   Dia desses me peguei cantando uma música do Lulu Santos e aqui vai um trecho: "...tem dias que a gente olha pra si e se pergunta se é mesmo isso aí que a gente achou que iria ser quando a gente crescer..." e aí eu pensei: Será que era isso? Será que estamos no caminho de onde pensamos um dia chegar? Quanta coisa já nos imaginamos sendo quando éramos crianças e na maioria das vezes não somos nada disso, crescemos e ficamos maiores que os nossos sonhos, ou menores. Tanta gente que fez parte da nossa história e por um motivo ou outro se perde pela estrada da vida, muitas dessas pessoas fazem tanta falta, outras agradecemos por terem nos ensinado quanta maldade pode ter o ser humano. 
   Tantas vezes eu passo na rua por alguém com quem já dividi parte da vida e agora um frio e seco "oi" separa a nossa história, tanta gente legal que eu queria de volta. Todos os dias a gente aprende, todos os dias a gente cresce, ou pelo menos deveria, tem gente pra quem eu tenho vontade de dizer: "Desculpa se eu errei, será que a gente pode tentar de novo?" Não tô falando de amor, mas de amizade, da mais pura e simples amizade que dividiu bonecas, segredos, primeiros amores. Pessoas que guardaram nossos mais valiosos segredos e agora um muro frio de vida, rotina, fofocas, intrigas nos separam. 
   Sigo lembrando a mesma música: "...na nossa história de repente ficou alguma coisa que alguém inventou...", pessoas nos inventam todos os dias, nos reinventam, e algumas fazem tão bem, são tão importantes mas um dia vão embora e deixam tanto delas em nós, na invenção que nos deixaram gravadas. Se tem um sentimento bandido ele chama-se orgulho, que coisinha bem cruel, que nos impede de demonstrar, de procurar, de dizer o quanto podemos ser melhores, diferentes, o quanto somos capazes de nos reinventarmos. Poucas vezes me despi do orgulho e procurei pessoas que realmente faziam falta, e algumas dessas vezes recebi como resposta o orgulho alheio, e como ele dói, como dá vontade de dizer: "Faz como eu e responde sem orgulho, sem dor, entendendo como eu posso ser melhor sim."
   Queria ser menos orgulhosa, queria que todos fossem, talvez o mundo fosse melhor, com menos brigas, menos distância, menos frieza, menos saudade e mais paz. Mas do que valeria a vida não fosse o nosso eterno desafio em tentar aperfeiçoar o que será eternamente imperfeito? Não fosse a dificuldade em lidarmos com nossos medos, saudades, mágoas e males? Confesso que não é isso aí que eu achei que ia ser quando eu crescesse, no meu perfeito, destemido e maravilhoso mundo infantil todo mundo se amava, se perdoava e dava um jeito de ficar mais perto.
   

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