segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Escudo de paz

 

   Em uma determinada época da vida, aliás, há tão pouco tempo que eu nem percebi quando isso mudou, eu me irritava muito fácil, entrava de cabeça em qualquer briga, até nas que não eram minhas. Confesso que tinha um certo tesão por bate boca, barraco, um certo prazer em brigar por brigar, nem precisava me dar muito motivo. Eu não sei bem como, porque, quando, só sei que estou em um estado de paz que nunca experimentei antes, aliás, estou até me desconhecendo, finjo que não vi que a indireta era pra mim, me faço de surda para ofensas, ignoro caretas que eu sei que fazem pelas minhas costas. Já cantou Chorão: "Um homem quando está em paz não quer guerra com ninguém!" 
   Eu, logo eu, uma brigona incurável me encontro em total estado de busca pela paz, ando com preguiça de bater boca, na verdade preguiça de morder isca, porque tem gente que adora fazer um pavio curto prender fogo, e faz isso só pra se divertir às custas do "gênio de cão" alheio. Gente com mania de se ofender por tudo, que acha que o mundo gira em torno do seu umbigo, amigos que adoram inventar motivos para cobrar e discutir a relação, inimigos implicantes, todos esses tem passado tão despercebido por mim, e só hoje eu percebi isso. 
   A verdade é que é muito bom não se deixar atingir pelo recalque, inveja e implicância alheios. Não vou prometer que ficarei assim pra sempre, mas eu gostaria, até porque esse escudo de paz que me envolve é bom demais e eu desejo ele pra todo mundo, inclusive pra esse pessoal que vive tentando colocar fogo no meu pavio curtíssimo. 

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