segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Nem sempre o final importa

 

   Ah, os finais! De novela, livros, filmes, amizades, namoros. Finais de ficção normalmente são felizes, diferente dos finais da vida da gente, mas ainda assim, nem sempre nos agradam. Muitas vezes acaba a novela e nós ficamos reclamando que o Fulano devia ter ficado com a Fulana e não com a Ciclana, a mesma coisa com os filmes, com os livros e mais ainda com a nossa vida. Mas o que na maioria das vezes não pensamos é se, independente do final, a história valeu a pena. Temos o costume de lamentar os finais e esquecer o resto da história.  
   O namoro acabou, depois de uma super fossa, a pessoa se recupera, parte pra outra ainda melhor, percebe que foi até melhor aquele outro namoro ter acabado e ponto final. Mas cada pessoa que passa pela nossa vida deixa alguma lição, nos faz crescer, nos faz querer ser melhor, ou pelo menos deveria. Até mesmo aquelas pessoas que parece que infernizam a nossa vida só pelo fato de existirem, até essas nos ensinam muito, fazem com que a gente queira se superar, com que a gente saia da zona de conforto, com quem a gente levante a bunda do sofá e vá encarar os obstáculos, até o pior dos inimigos, o mais detestável dos seres humanos tem um papel importante na nossa vida. Isso é claro, se a gente souber usar as pessoas e os momentos ruins a nosso favor. 
   Mas voltando aos finais, eles nem sempre são tudo, nem sempre são finais, eles carregam consigo uma história, se acabou é porque um dia existiu, se existiu é porque foi bom ou ruim, mas foi. No meu aniversário eu ganhei, de uma amiga muito querida, um livro, um dos muitos do Nicholas Sparks, de quem sou cada dia mais fã. Comecei a ler o livro mas a leitura não me prendia, não parecia interessante, mas ainda assim eu segui em frente, até porque o Nicholas sempre dá um jeito de surpreender, foi quando o final da história valeu o livro inteiro. E é assim, na vida é assim, nem sempre o final importa, mas às vezes ele pode definir muitas coisas. 
   Aposto que ninguém gosta de acabar, pois eu adoro, tanto quanto gosto de começar. Como assim? Acabar o que? Acabar tudo, absolutamente tudo o que tiver que ser acabado, tudo o que estiver sobrando, incomodando, atravancando o caminho do crescimento. Acabar pra recomeçar, acabar pra mandar embora, acabar pra lembrar, acabar pra crescer, evoluir, bater asas e voar. Eu adoro segundas-feiras, chamem-me de louca se quiserem, mas elas possibilitam o recomeço, depois da pausa sempre necessária, é hora de recomeçar, é a chance de fazer diferente. Tudo o que desejamos e prometemos a cada início de ano, ficaria mais leve se dividíssemos ao longo dos começos de semana, aquela dieta, a academia, a ligação pra alguém distante, o email de perdão pra amiga que apesar da briga faz falta, o passeio com a avó, a viagem tão sonhada, e assim por diante, uma semana para cada meta e cumpriríamos um ano de promessas. 
   Que saibamos acima de tudo não lamentar os finais, que possamos olhar as fotos do(s) ex namorado(s), ex amigo(s), os emails antigos e definitivos, os materiais do ex emprego, e tudo o que acabou, de uma maneira leve, com olhos de aprendizado, com a sensação de o melhor está por vir. Que a gente não se detenha nas lembranças da última discussão, que a gente não lembre só da carta de demissão, nem do último adeus, que a gente possa sempre lembrar de cada dia, de cada bom e ruim momento, e que saibamos que o final é um mero detalhe que muitas vezes é melhor até que seja esquecido. 

Nenhum comentário: